Débora, a Juíza de Israel




Havia um povo cativo por mais de quatrocentos anos no Egito. Este povo não era um povo como tantos outros, era Israel, o povo que Deus separou para si. A aliança com Abraão, Isaque e Jacó nunca foi revogada e aquele povo escravo clamou ao Deus dos seus pais pedindo libertação e Deus respondeu e enviou um libertador: Moisés.

Israel saiu do Egito por causa da Poderosa mão do Senhor que fez prodígios e maravilhas. Depois de atravessar o Mar Vermelho a pés enxutos e de ver morrer afogado todo o exército de Faraó, Israel empreendeu uma longa jornada no deserto. Foram quarenta anos de apostasias, de abandono da fé, de reconciliação com Deus, de sinais e maravilhas, de sol escaldante, oásis, sede, águas amargas que se tornaram doces e muitas lições ensinadas pelo Deus Todo Poderoso, o Deus de Israel.

Uma nação é a reunião de pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, que falam a mesma língua, têm os mesmos costumes e tradições culturais e religiosas e este é o principal requisito para a formação de uma nação, é o que chamamos de povo .

Israel tinha o principal: um povo, mas faltavam território e organização política e administrativa. O território era a promessa de Deus aos patriarcas e a organização é um processo, que começou ainda no deserto.

Depois da morte de Moisés, Josué conduziu o povo e o fez entrar na terra prometida, mas não foi fácil e nem simples, foi preciso conquistar a terra e expulsar seus moradores. Deus não dá nada de graça para ninguém, a nossa parte é a luta, a vontade da conquista, a administração daquilo que recebemos de Deus.

No decorrer dos anos morreu Josué e todos os anciãos que tinham vindo do Egito e se estabeleceu um tempo de trevas sobre Israel. O povo se desviou do Senhor e não obedecia mais aos mandamentos de Deus e às leis de Moisés. Foi um tempo de anarquia e de muitas derrotas para Israel.

Um dia o povo se voltou para Deus e clamou por socorro e foi então que Deus estabeleceu a teocracia em Israel, o governo de Deus sobre o povo e para isso, Deus escolheu algumas pessoas para governar a nação, sob orientação direta do Senhor. Eram os juízes, ou libertadores.

Os juízes não podiam fazer novas leis, eles apenas aplicavam a Lei de Moisés, julgando as questões que o povo levava a seu conhecimento. Os juízes também exerciam o poder executivo, de organização administrativa da nação e não tinham salário estabelecido, eles recebiam doações da população e nada mais. Esta forma de governo durou desde a morte de Josué, até à escolha de Saul para rei de Israel, compreendendo um período de aproximadamente quatrocentos e sessenta anos.

Foi neste espaço de tempo que Deus escolheu uma mulher para ser juíza sobre Israel, era Débora, uma profetisa que tomou o comando do povo de Deus e se saiu muito bem, obrigada.

Débora era uma mulher de origem humilde, uma mãe de família, esposa de Lapidote e a Bíblia diz que ela julgava os israelitas debaixo de umas palmeiras perto de sua casa, era um espaço alternativo e ecologicamente correto. Débora foi a única mulher que exerceu, naquele período histórico, um cargo político em Israel e Deus honrou Sua serva.

No momento em que Débora foi escolhida por Deus para ser juíza, Israel vinha desagradando ao Senhor, fazendo o que era mau aos Seus olhos e, como castigo, Deus os entregou nas mãos de Jabim, rei de Canaã, cujo capitão do exército se chamava Sícera. Havia uma situação de opressão e os filhos de Israel clamaram ao Senhor.

Jabim tinha um poderoso exército, com novecentos carros de ferro e por vinte anos, os israelitas estiveram sob o jugo da opressão do rei de Canaã. Débora profetizava e julgava a Israel humildemente, debaixo das palmeiras, que ficaram conhecidas como as palmeiras de Débora. Ela mandou chamar Baraque, da tribo de Naftali e disse-lhe: “Porventura o SENHOR Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom?” (Juízes 4:6)

O plano de Deus era simples. Ele mandou Baraque subir ao monte Tabor e Ele atrairia a ele Sícera, capitão do exército do rei de Canaã, e Deus entregaria a todos nas mãos de Baraque. O plano era ótimo, só faltava combinar com Baraque.

Baraque não gostou muito do plano, aliás, Baraque estava morrendo de medo, ele não era assim um exemplo de coragem, então Baraque fez uma contra proposta e disse a Débora: “Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei.” (Juízes 4:8). Veja que a confiança de Baraque estava em Débora e não em Deus, mas a confiança de Débora estava no Senhor.

Débora, então, disse a Baraque: “Certamente irei contigo, porém não será tua a honra da jornada que empreenderes; pois à mão de uma mulher o SENHOR venderá a Sísera.”(Juízes 4:9). Que papelão! Débora era só uma mulher e naquele tempo só Deus valorizava as mulheres, ninguém mais.

Foi preciso uma mulher valente se levantar contra o poderoso exército de Jabim para libertar Israel de sua opressão. Débora simplesmente se levantou e seguiu com Baraque para Quedes e de lá para Tabor. A parte de Baraque foi convocar os dez mil homens de Zebulom e Naftali e entregá-los nas mãos da serva do Senhor.

Não demorou e Sísera foi informado do movimento do exército inimigo e ele convocou todos os seus novecentos carros de ferro e todo o povo que estava com ele e seguiu ao encontro dos israelitas no monte Tabor. Enquanto isso Baraque nanava totoso, foi preciso Débora dizer: “Levanta-te, porque este é o dia em que o SENHOR tem dado a Sísera na tua mão; porventura o SENHOR não saiu adiante de ti?” (Juízes 4:14).

Baraque desceu do monte Tabor, e dez mil homens com ele. Da maneira como profetizou Débora, o Senhor derrotou Sísera e todos os seus decantados carros de ferro e todo o seu exército caiu ao fio da espada de Baraque e seus soldados. A coisa ficou tão negra de bolinhas escuras, que Sísera desceu de seu carro e fugiu a pé, parecia o papa-léguas, correndo mais que seus cavalos.

Enquanto Sísera fugia, Baraque passava a régua no exército dele, matando tudo o que se mexia, até não ficar um para contar a estória.

Sísera chegou à tenda de Jael, mulher de Héber, o queneu, que era aliado de Israel, mas Sísera não sabia disso. Jael era outra mulher poderosa no Senhor e ela reconheceu Sísera e disse a ele: “Entra, senhor meu, entra aqui, não temas.” (Juízes 4:18). Sísera acreditou nas boas intenções de Jael, entrou em sua tenda e ela o cobriu com uma manta, como se quisesse escondê-lo da fúria de seus inimigos. Ele ainda pediu água para Jael, que deu um pouco de leite para ele.

Acreditando em Jael, Sísera pediu a ela que ficasse à porta de sua tenda e se alguém procurasse por ele, ela deveria dizer que não o viu. É, pessoal, ninguém valorizava a mulher, mas o que aconteceu em seguida deixou os marmanjos de queixos caídos.

Jael pegou uma estaca e um martelo, entrou mansamente, passo a passo, até chegar perto de Sísera. Jael cravou a estaca na testa de Sísera e com tanta força que a estaca penetrou na terra. Sísera estava dormindo e quando acordou, já estava no inferno,mortinho da Silva, feito um vampiro.

Depois de matar Sísera, Jael foi ao encontro de Baraque e contou onde estava o homem e como ela o havia matado. Naquele dia o Senhor deu uma grande vitória a Israel e a situação se inverteu, agora eram os israelitas os opressores dos moradores de Canaã, até que acabaram exterminando Jabim.

Deus nunca teve preconceito contra as mulheres e neste episódio Ele usou duas mulheres para libertar Israel: Débora e Jael. A honra daquela vitória não foi de Baraque, foi de Débora e de Jael. Note que o texto bíblico só se refere ao marido de Jael para identificá-la, porque ele não teve qualquer participação na morte de Sísera. A coragem, a artimanha, o plano e a morte do capitão de Jabim foi somente de Jael, a serva do Senhor.

A especialidade de Deus é transformar a maldição em bênção e aquela vitória demonstra isto. De oprimidos, os israelitas se tornaram opressores e exterminaram Jabim, conquistando um espaço vital para a nação de Israel.
Com você não será diferente. Todas as maldições em sua vida serão transformadas em bênção pelo Senhor Todo Poderoso. Todas as vitórias, conquistas e alegrias, Deus tem para você, mas não se esqueça de que o primeiro passo é seu e é reconhecer Jesus como seu Salvador.

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